intuições medrosas se confundem com premonições absurdas
e algo [ boçal
se arremeda em escatologias d’uma repugnante forma…
dentre direções conflitantes, movimentos dissonantes,
tons claudicantes, volumes torturantes,
escalas inconstantes, velocidades barbarizantes,
luzes ofuscantes,
nada se pode suportar,
senão a contradição…
movimentos pulsantes [ sequenciais
redesenham uma rede de caminhos que,
passando do âmbito d’ação ao âmbito das ideias,
só se permitem representar por modelos matemáticos…
medos meus, sinceros e autênticos medos meus,
concebidos como montagem-retas-planos,
materializam-se enquanto composição-colisão-revertério [ de espantos
consubstanciando-se órfãos [ de mim mesmo…
e as escatologias d’essa repugnante forma transformam
toda indomável poesia em rígido postulado,
toda doce palavra em estéril conceito,
toda maviosa música em som sequencial, exato, burocrático e frio,
assoberbando a alma rígida d’um (anti)poeta,
manifestada em prosa [ densa e bruta...
não quero piscar, respirar, pular,
gritar, calar, chorar, sorrir, bulir qualquer centelha,
mas choques de impacto imediato [ sensoriais e psicológicos
me traem o tino,
interagindo [ sabe-se lá como?!?!...
com meus imaginários [ sutís…
3/6 das escatologias, que me tomam, me plasmam vítima;
2/6, vitimólogo;
⅙, predador ocasional.
domingo sacal - 2003
Nenhum comentário:
Postar um comentário