sábado, 19 de novembro de 2022

" sem licença "

 

a mão

desorientada e maníaca

escreve simplórios versos

arrancados à força

d’uma medíocre vida [ encenada!...

o roçagar da pena 

no papel imaculado

dá conformidade à poesia

[ mais confessada.




palavras [ singelas

partejam formas miraculosas

de toda singularidade [ devassadas…

volúpias, olhares vítreos, silêncios sublimes,

dores ocultas, solidão rigorosa,

felicidades (in)alcançadas, circunstâncias malditas,

nada [ nada mesmo

desaponta a alma [ atormentada!...




a mão [ covarde

de dedos trêmulos escreve…

a pena [ febril

não pede licença!...

não é que o apêndice - maldito - do misantropo, 

quer caligrafar pirotecnias?




gineceu - 2013


Nenhum comentário:

Postar um comentário