poesia, eu te inutilizo
não te maculo com alvas páginas
não te desvendo com percepções de rupturas
não te lubrifico os apêndices de máquina
poesia, eu te nego
sacralizo tua apoeticidade
revisito teus vãos discursos
consubstancio tuas ilexicalidades
poesia, eu te vivo
eu te morro
em fanopéias [ tantas
que te transformo em repto
[ natimorto
avant-garde - 1996