segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

" digitália 19 "

 

só me realizava

enquanto ficção… coincidia voz neurótica

                              sincronia apoteótica

                              euforia exótica

                              recorrência temática

                              apoplexia…

e talvez já tivesse acreditado na felicidade

coexistindo fábulas 

e realidade

enquanto estrelas e galáxias se fundiam no céu!




só carregava

canga(s) no pescoço… ruminava embustes 

                                      e happy endings de alcovas

                                      depois da morte magnificada 

                                      em esfacelados mundos 

                                                                [ ao léu…

e talvez do mundo nada levasse

pois que destruía sonhos entre dentes

marchava contra hediondos inimigos

penetrados que já haviam

                              [ furtivos

                                [ na minha mente!




e talvez do mundo nada levasse… 

nada realizasse… 

nem mesmo ficção!




outono - 1996


domingo, 18 de fevereiro de 2024

" 18 "


pois que, manifestando excelsas energias,

aconteça que a vossa gente mova os olhos

em alegres e doces espantos,

espontâneos desejos,

límpidas almas

ou medos sem culpas,

humildes pensamentos

                 [ transformados por mágicos venenos…




e assim, tudo manifesto,

não me enleveis os sentimentos,

nem me estranheis as ações,

pois vossas chamas abrasadas

é que tornam  férrea minha vontade,

vossas serenidades augustas

é que cinzelam na obediência meu sofrimento,

vossos sisos arrebatados em louvor e piedade

é que impulsionam meu senso estóico…




e ainda que eu não me empenhe

em digladiar vossas batalhas terrenas,

sou “talmid” Daquele que vos fez,

Daquele que fez céu, nuvens, sol, lua, estrelas e plêiades,

Daquele que com extremo zelo entretece pequenas vidas,

pequenos sonhos, inocentes pecadinhos,

supremas mentirinhas gozosas,

aconchegados - amorosamente - em Sua placidez! 




naquele canto - 1994


domingo, 11 de fevereiro de 2024

" greta 6 "

 

vem, tô doido pra te ver

suspira, tô doido pra te ter…

ah, falasse eu só de poesia,

ouvisses tu a minha voz

                    [ ressonorizando ecos perdidos!




e tu, consolidando a solidão

como meu pior castigo,

elegendo a saudade

como meu malfadado exílio…

por quê?




e eu, te pressentindo cabalística

soltando suspiros 

         [ açodados,

contando as horas d’um fatídico destino [ angustiado…

por quê?




quebranto [ que não cura

amor [ em eterno desespero

desejo [ que não tem fim

cavaleiro andante [ sem aventuras…

ah, sem tu, sou eu, assim!




rios - 2015