a distância entre nós abafa.
sorri meigamente o céu noturno.
por entre meus olhos [ sonhadores
embatem-se os murmúrios do mar
e a luminosidade da lua [ moribunda…
a distância entre nós transluz.
lágrimas, gratuitas, me purificam.
é mentira que o tempo cura “todas” as feridas!
a distância entre nós alui.
adivinho em sua pele tênues sardas,
tristes, perdidas, solitárias…
caem-lhe as alças do vestido pelos ombros,
seus cabelos me cingem o peito,
e minh’alma sente a sua!
ah, perpassam sensações infindáveis e profundas,
ao fluir do esmaecer das estrelas
com a proximidade da alvorada…
e leves acordes de sonatas,
e febris desejos extremados,
( insurretas mágoas e/ou imaculados êxtases? )
flagram nossos trêmulos dedos,
a tocaram-se,
timidamente,
sob a calma tépida alvura
dos suaves lençóis…
pincelando rocios - 2011