sábado, 8 de outubro de 2022

" amor e solidão "

 

Nada mais restou senão o vazio e a solidão...

lágrimas tristes choraram nossa dissonância,

poses afetadas sustentaram nossa arrogância,

sufocamos nosso amor com tíbia razão.




Nos tornamos rotos amantes em ilusão perdida:

engolfado [um] num abismo de dor e esquecimento,

delirante [outro] em visões de desprezo e fingimento...

de nosso silêncio esvaiu-se toda vida!




Amor e solidão!... fantasmas a dançar

excitam os seres feros que nos habitam

e nossos sonhos são mortos, sem pestanejar...




Amor e solidão!... nossa infeliz perda clama

vingança!... nossas mediocridades nos limitam

e de nossos corações desfez-se toda chama...




de  prosa - 16.12.1989 (Rascunho C, Caderno 1/3)


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