segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

" pedra de quinas 18 "

 

sou como eu mesmo sou não

Nosferatu das inesperadas madrugadas

encerrado em totêmicas torres de pedra

a equilibrar elementos freudianos que/

inocentemente/ complementam toda cena




sou como um cão andaluz - sem dono

pedras anônimas pisadas no cais

tapuia, celta, grego e filho-da-puta

podridão dos cemitérios - beleza e asco

prestigioso ante a vulgaridade dos prostíbulos - sensuais




sou como meditação profunda - incubando ideias

pátrias aniquiladas pelos toscos capitais

padecimentos remidos/magnificados em gritos

vastidões medidas em efêmeras métricas - abissais




sou metáforas espantadas pelas malogradas vitórias

!... contratempos fugidios

! alucinações demais




 dezembro - 1995


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