segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

" 74 "


vós, insensatos e delirantes, 

sem se ater às consequências,

dizeis, “amor”!...

mas “o” sabeis ritualizado em místicas

e líricas castidades,

liberto na eternidade

e confinado a cada instante,

alegria e prazer,

dor e desespero,

acolhimento e guerra?




vós, confusos e enceguecidos, 

dizeis, inadvertidamente, “amor”!...

mas “o” tendes como aconchego, 

saudade imensa,

sorrisos sinceros,

sexo [ de papai-e-mamãe à sodomia

                                                [ de quatro?

mas "o" reconheceis como feliz regresso,

pedaço de vós próprios,

paz e miríade de fascinações,

encontros e desencontros,

perfídias e traições?




ah, vós, mesmo não sendo apropriado, me desculpai!... 

vou meter o pé na porta do inferno,

escalar as impossíveis escarpas do Olimpo,

roubar o sagrado fogo dos deuses,

só prá ter o corpo de minh’amada 

amalgamado - agora - ao meu! 




não me digas! - 2023


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